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Foto do escritorLúcia Fernanda

A BELEZA DA IDENTIDADE REAL

Antes de a usar a voz para gritar ou emitir uma forte mensagem ao mundo, balbuciamos poucas vogais, algumas palavras com os familiares mais próximos até aprender, de fato, a falar. Começamos a experimentar sensações, percepções e emoções a medida que vamos crescendo, caindo e levantando, formando uma visão de mundo gradual, externo e interno. Nesse processo, formamos a consciência do eu, ou seja, a capacidade de formar uma identidade e depois atribuir valor a ela.


A questão é parar para observar em que momento essa identidade passa a ser negligenciada, em quais situações os valores passam a ser negociados em prol de uma comparação exaustiva, maçante e sem direção, em que etapa essa mistura começa a ocorrer a ponto de renunciar a parte mais preciosa que você carrega ao mergulhar em um mar de rejeição e anulação. Ainda existe beleza em uma identidade real e talvez, se você chegou até aqui, esse material seja para você.


Tudo na nossa mente tem o peso e a proporção que nos damos, é importante focar nesse pensamento para esses momentos. O ser humano constantemente está fazendo avaliações da relevância dos acontecimentos a sua volta, interpretando e formando cognições associadas as suas reações emocionais. Quando o processo de julgamento excessivo se inicia, a autoestima é um dos primeiros pilares a serem afetados e desorganizados.




Desde criança o estilo de criação adotado pelo seio familiar tem uma forte influencia na formação dessa identidade, quando o indivíduo não desenvolve essa capacidade de atribuir valor a si mesmo, passa a assumir menos riscos sociais, profissionais e nos relacionamentos, expondo-se cada vez menos, silenciando interesses, desejos e vontades evitando a possível dor de ser rejeitado pelo outro, assim, a baixa autoestima se instala e faz morada por anos.


Existem dois tipos de problemas de autoestima, o situacional e o caracteriológica, de acordo com Matthew McKay, uma pessoa pode ser confiante como profissional, mas tem receio de falhar como mãe, outra pessoa pode se sentir insegura como profissional, mas socialmente adepta em relacionamentos pessoais, esses exemplos são observados em uma autoestima situacional, ou seja, em apenas áreas especificas.


Já na autoestima caracteriológica as raízes são mais profundas em experiências de abuso ou abandono, o sentimento de incorreção tende a afetar em muitas outras áreas da vida e essa identidade negativa vai proporcionar a formação de pensamentos negativos sobre si mesmo e sobre o mundo a sua volta.


Nesse contexto, a psicoterapia fornece uma ênfase maior no processo de aceitação e no compromisso com o não julgamento, um novo olhar sobre a identidade e no desenvolvimento de estratégias para confrontar essa voz crítica. O convite é aprender a trilhar a jornada da compaixão consigo mesmo, afinal, você possui uma voz saudável e ela não deve ser negociada.



Psicóloga Lúcia Fernanda

Especializando em Psicologia Clínica e Complexidade Humana

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