“Eu queria poder desabafar com a minha mãe, mas como eu vou dizer a pessoa que me deu vida que eu não quero mais viver?” ... “Sinto uma dor angustiante” ...
A busca por sentido para a vida sempre fora um dos aspectos que motivou o ser humano a sair de uma zona estática e viver a vida. Aliás, quando o sentido parece não mais existir, o que fazer? Esta é uma difícil realidade que muitos jovens têm vivenciado.
O mês de setembro é conhecido e dedicado a prevenção do suicídio. Trata-se de um problema de saúde pública, que assola milhares de famílias ao redor do mundo. O suicídio ocorre durante todo o curso da vida e, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016. O enfrentamento da pandemia do novo corona vírus trouxe circunstâncias desafiadoras que afetou o bem-estar mental de muitos.
Estudos recentes mostram um aumento da ansiedade, angústia e depressão. Além disso, aumento da violência, transtornos por consumo de álcool, e sentimento de perda, fatores como estes podem aumentar o risco de uma pessoa decidir tirar a própria vida.
Nesse contexto, justifica-se importante falarmos sobre a temática, e ressaltar que existem aspectos que precisamos saber ao falarmos sobre a prevenção ao suicídio, como:
COMO DIFERENCIAR: IDEAÇÃO SUICIDA X TENTATIVA
A ideação suicida e a tentativa de suicídio são termos diferentes, mas que necessitam de atenção, pois ao falarmos de prevenção são com estes dois aspectos que poderemos intervir. A ideação suicida refere‐se a pensamentos e ideias sobre morrer, estar morto, ou se suicidar. Pode-se apresentar também de diferentes maneiras e quanto maior a frequência desses pensamentos e ideias, maior é o risco. Por outro lado, a tentativa de suicídio é um comportamento autolesivo, ou seja, forma de agressão que uma pessoa comete contra si mesmo, com um desfecho não fatal, no entanto, há alguma evidência de que o indivíduo tinha a intenção de tirar sua vida.
SINAIS DE ALERTA
“Cansa sentir esse vazio, cansa!”
“Luto contra depressão maior há muitos anos, já não aguento mais viver”
“Quando eu me cortava a dor passava, mas depois de alguns minutos ela voltava e tinha que fazer tudo novamente”
Estes são relatos reais vivenciados por sujeitos que passam pela ideação e tentativa de suicídio, o que gera um alerta e demonstra que nenhuma delas deseja realmente tirar a sua vida, mas sim acabar com a dor que tem a feito sofrer.
A maioria dos casos de suicídios poderiam ser evitados, afinal, eles são antecedidos por sinais verbais ou comportamentais. Dessa forma, é necessário ficar em alerta ao ouvir relatos que aponte discursos sobre: desejar a morte, sentir grande culpa ou vergonha ou sentir-se um fardo para os outros. Além destes, destaco ainda as sensações de vazio, desesperança, falta de razão para viver, sentir-se extremamente triste, ansioso, agitado ou cheio de raiva, ou com dor insuportável, seja emocional ou física.
Em geral, mudanças comportamentais também são observadas, por exemplo, fazer um plano ou pesquisar maneiras de morrer, isolamento, fazer coisas muito arriscadas, mudanças extremas de humor, comer ou dormir muito ou pouco e usar drogas ou álcool com mais frequência.
Você tem passado por algo semelhante ou conhece alguém que tem emitido esses sinais verbais ou comportamentais? Se sim, acione a rede de apoio, busque ajuda profissional.
REDE DE APOIO
A rede de apoio nessa situação torna-se fundamental, sendo ela material, afetiva ou ofertadas em informações ou aconselhamento. Em casos suicidas, a rede de apoio atua como um fator de proteção, deste modo, os bons vínculos afetivos, sensação de estar integrado a um grupo, um bom relacionamento intrafamiliar e apoio familiar são essenciais.
Não silencie a dor, afinal, falar é prevenir!
Greyce Kelly Ribeiro Braga
Acadêmica de psicologia, 8° período
Estagiária sob a supervisão de Lúcia Fernanda
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