De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, o Brasil registrou 12.895 suicídios em 2020. O país é líder mundial em casos de ansiedade e está em 2º lugar no ranking de casos de depressão.
No ano passado, início da pandemia, muitas pessoas tiveram que lidar com questões de isolamento o que gerou medo nos especialistas de um possível aumento nos transtornos mentais, no entanto, teve uma variação de apenas 0,4% comparado a 2019 segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mesmo que esses números tenham permanecido um pouco estáveis, eles são altos e merecem atenção.
A saúde mental é um tema que vem sendo discutido constantemente na sociedade. No entanto, ainda há muitos mitos que o circundam.
Pensando nisso, o texto do blog de hoje é: MITOS E VERDADES SOBRE O SUICÍDIO.
"O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio."
Na verdade, os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
"Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida."
Na verdade, o risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.
"As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar atenção."
Na verdade, a maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
"Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou."
Na verdade, se alguém que pensava em suicidar-se, de repente, parece tranqüilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.
"Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo."
Na verdade, um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como preditor do comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
"Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco."
Na verdade, falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário falar sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
"É proibido que a mídia aborde o tema suicídio."
Na verdade, a mídia tem a obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada, isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário. É fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda.
E aí? Ficou alguma dúvida sobre o tema? Deixa aqui nos comentários, será um prazer responder.
Saiba mais na Cartilha "Suicídio Informando para prevenir"
Greyce Kelly Ribeiro, Estagiária sob supervisão clínica da psicóloga Lúcia Fernanda, CRP 09/14231
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