Não é só sobre mares, tempestades e navegações, ainda bem. “Navegar é preciso”, foi o que ouvi de um cardiologista aos quarenta e sete anos de idade, enquanto ele explicava com maestria o funcionamento de um coração idoso. Poderia ter sido só mais uma consulta de rotina, rápida e prática, sentou-se, medicou, saiu, mas foi além, em plena matina, foi uma aula sobre como contornar as tempestades e mares dos problemas na vida.
Por que é tão fácil reter a atenção em problemas e não em soluções? Por que é tão comum tornar os sonhos escravos de rotinas mais maçantes que alcançáveis? Por que se machucar tentando controlar o que não está ao alcance fazer? Fernando Pessoa já sinalizava: “Navegar é preciso, viver não é preciso”, talvez seja a hora de aprender a danças os passos da mudança, enquanto isso é fundamental retornar à atenção para o hoje, isso vai contribuir para o desenvolvimento da flexibilidade cognitiva e da agilidade emocional para se recuperar de situações inesperadas.
Navegar é preciso, ainda que em ritmos diferentes, enquanto ainda estamos aprendendo como atravessar os mares do inusitado, pense com cuidado, o que pode ser feito no presente?
Uma organização nas finanças para impedir futuros gastos desnecessários, um planejamento prático sobre o que realizar quando tudo isso passar ou simplesmente limpar aquele velho armário cheio de acúmulos de objetos esquecidos, ainda é tempo de ir organizando a casa interna enquanto se vai aprendendo a organizar a vida externa.
Não, não é fácil e nem simples, mas acredito que pode ser menos complexo e desmotivador. Encare a navegação como uma jornada, de desconstruções, descobertas e surpresas, se autossabotar ao impedir de entrar nessa viagem, é também renunciar a chance de encontrar a liberdade.
Qual vai ser a sua escolha? Lembre-se que é partir dela que o barco vai, permanecer no porto ou navegar.
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