O problema de uma ferida, quando ela não é tratada da maneira adequada e somente encoberta, é que ela sangra.
Você pode até tentar remediar e tratar da forma que pensa ser a melhor, mas o fato é que a ferida está lá, latejando, doendo e enfim, sangrando.
Mês passado tive que lidar com a presença de uma unha encravada, você já passou por isso? Dói e incomoda bastante, essa experiência me rendeu uma semana de muito desconforto, dor e mais uma semana para aguardar a cicatrização.
Após passar pelo tratamento com um profissional e ficar com o curativo durante os dias, comecei a refletir a respeito do que vivo e com o que trabalho, a psicologia clínica é essa área em que a gente lida diretamente com as dores da mente, causadas por questões multifatoriais, desde a genética até pelas experiências de vida e em diferentes contextos.
A medida em que cada sessão vai fluindo, tenho aprendido com a história de cada um, vou ensinando com o conhecimento científico e também sou desafiada em minha percepção sobre a dor e sofrimento, buscando evidências, flexibilizar a cognição e o comportamento ao acolher e mudar, tento enxergar o que existe para além do falar.
Junto a esse período de adaptação, o ritmo das sessões, os estudos, as supervisões, as produções de conteúdo e todo o trabalho foi mudando e de muitas formas vem se readaptando para que uma vida sustentável seja possível de ser vivida, eu gosto disso, da mudança, ela sempre vem chegando nas temporadas.
Tenho aprendido muito junto a vida e com cada história, aprendi que a gente não trata uma ferida abrindo outra e tenho aplicado essa experiência nas demais situações, fica a experiência para a rotina:
Se o seu corpo está dando sinais, se sua mente está dando o alerta, você pode tomar perspectiva sobre tudo para poder tratar a dor, a caminhada se torna muito mais sustentável a longo prazo e a vida, com mais sentido.
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